Sem querer deletei todo o antigo blog. O Quadrante Delta ficou ainda mais perdido no espaço... Através deste novo veículo retorno àquelas paragens. Refaço o caminho, reconheço o trajeto e, embora não possa recuperar o que já está perdido, o quadrante ainda reserva mundos inexplorados. Boa viagem!

domingo, 24 de abril de 2011

Explosão final

As perguntas que não param:
Será que termino a tempo?
Será que ficará bom?
Tanto quanto eu esperava?

O que antes parecia estar sendo construído aos poucos, tijolo a tijolo, agora parece uma avalanche.

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um texto para pensar

Colegas, futuros e antigos mestrandos e curiosos em geral,

Recebi hoje por e-mail o texto abaixo. Talvez vocês já conheçam, eu não conhecia. Não é novo mas é sempre atual, dadas as demandas acadêmicas serem sempre tão parecidas.

Lendo passei por momentos de riso, irritação, reflexão... risos de novo, enfim... Espero que ele possa despertar em vocês estas ou até mais e outras coisas...

Abraço a todos

Uma tese é uma tese

MARIO PRATA
Quarta-feira, 7 de outubro de 1998 CADERNO 2

Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.
As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte.
O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Em tese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.
São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?
Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.
Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.
E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.
Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290. Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.
Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.
Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?
Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor. Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?
E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza. Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.
Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:
- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.
- O quê? Pirou?
- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?
Pensando bem, até que não é uma má idéia!
Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?
Acho que seria uma tesão.

Copyright 1998 - O Estado de S. Paulo

sábado, 16 de abril de 2011

Confinada

Acho que agora o negócio apertou de vez.

Nenhum tempo é suficiente, nenhuma leitura é o bastante, nenhuma disposição dá conta de tudo que preciso fazer, pensar, escrever...

Me sinto confinada em minha casa.
Fico aqui preocupada com o capítulo que não escrevi ainda e as coisas me olham o tempo todo. Me olha a roupa por dobrar, a louça por lavar, o imposto de renda que ainda não fiz.

Eu sem poder sair de casa para ir à virada cultural, sem poder ver tantas coisas que gostaria por aí. Tendo que ficar presa em casa, mas sem poder dar a ela um mínimo de civilidade.

Presa e sozinha, pois nada é tão solitário quanto a etapa final de uma dissertação...

Amigos ainda solicitam pelo msn (os que não desistiram ainda). Não posso agora, estou imersa no meu texto, às vezes meu fardo, às vezes minha inspiração.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Blog de Pesquisa

Olá a todos,

Queria pedir a ajuda de vocês de novo: Criei o blog http://museucontevoce.blogspot.com/ para recolher depoimentos sobre o Programa Cultura é Currículo para minha pesquisa.

Gostaria de pedir aos que são professores da rede estadual e educadores de museus para que visitem, leiam, respondam com suas experiências sobre o programa ou mesmo com a ausência dela.

Lá tem um post explicando tudo direitinho.

Para todos gostaria de pedir que divulguem aos conhecidos, quanto mais gente escrever melhor.

Mais pra frente penso em aproveitar o blog para outras conversas sobre museus.

Grande abraço e Obrigada!