Sem querer deletei todo o antigo blog. O Quadrante Delta ficou ainda mais perdido no espaço... Através deste novo veículo retorno àquelas paragens. Refaço o caminho, reconheço o trajeto e, embora não possa recuperar o que já está perdido, o quadrante ainda reserva mundos inexplorados. Boa viagem!

sábado, 5 de maio de 2012

Rosa não!

Esta semana no museu atendemos uma turminha de cinco anos. Em determinado momento cada criança podia escolher alguns adereços e uma moldura para virar um retrato. Até aí tudo ótimo. O fato que se repete, que me irrita, entristece e preocupa profundamente é ver todas as meninas escolhendo exatamente a mesma fantasia: vestido e coroa de princesa.

Algumas mães de meninos reclamam que eles têm menos opções nas lojas, mas eu pergunto: que opções têm as meninas senão as roupas cor de rosa e os brinquedos de princesa???

Que padrão de mulher é esse que desde a barriga é imposto às meninas como se fosse a única mulher a qual se pudesse aspirar ser um dia? Como se o grande ideal de uma menina fosse ser uma princesa, uma barbie cor de rosa ou, mais tarde, uma modelo número 36?

É absurdo como a indústria têxtil, de brinquedos, a mídia e os próprios pais negam a essas meninas todas as outras opções na vida, todas as outras cores e experiências.

A enorme insegurança e baixa autoestima que vemos nas meninas adolescentes (e destaco: muito mais nas meninas que nos meninos), pode estar ligada a esse padrão imposto e tão distante da realidade da maioria das meninas brasileiras.

Se eu tiver uma filha não vou fazer dela uma frágil princesa, afogada em laços e tules. Se eu tiver uma filha não quero rosa nenhum, quero amarelo, vermelho, verde, laranja, preto e até bistre! Quero que ela possa ser uma criança alegre e criativa, para um dia ser uma mulher dona do próprio nariz!