Sem querer deletei todo o antigo blog. O Quadrante Delta ficou ainda mais perdido no espaço... Através deste novo veículo retorno àquelas paragens. Refaço o caminho, reconheço o trajeto e, embora não possa recuperar o que já está perdido, o quadrante ainda reserva mundos inexplorados. Boa viagem!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Balanço de Vida...

Ao fazer um mais um balanço dos últimos anos percebi o quanto cada um deles me trouxe profissional, acadêmica e pessoalmente. Embora muitas vezes possa parecer que o tempo escorre rápido demais e que as conquistas nunca vêm no tempo em que planejamos, percebi que a cada ano da última década tive em minha vida importantes progressos. Está acontecendo devagar, mas está acontecendo. Talvez só precise estender minha expectativa de vida mais uns 50 anos para cumprir meu planejamento, rsrsrs... Mas vamos ao balanço:
(Pode ser lido de cima pra baixo ou de baixo pra cima...)
2010 termina com um novo emprego: finalmente eu posso trabalhar num museu de verdade, com educação em museus e mais um bônus: em um museu de arte! Finalmente meu cargo está de acordo com o trabalho que exerço e que quero exercer e sinto-me mais segura pois dessa forma ninguém pode me mandar pra contabilidade. Além da alegria de passar neste concurso, ter passado pelo exame de qualificação no mestrado foi denso mas muito bom. É sempre delicioso ouvir que nosso trabalho está bom e saber que as pessoas o citam.
2009 terminou com a participação em alguns eventos científicos. Foi um ano de muita produção e de minha primeira publicação! Foi o ano no qual fiz minha pesquisa de campo e conheci meus queridos colegas de mestrado. Nossa “terapia de grupo” e nossas conversas no “templo” após as aulas foram ótimos. Neste ano também concluí minhas atividades na federação de bandeirantes e me afastei das atividades do núcleo. Foi um pouco triste, mas uma decisão importante para dedicar-me ao mestrado.
2008 terminou com a melhor notícia: Eu havia passado na seleção para o mestrado! Terminei o ano feliz, cheia de idéias e de trabalho a fazer! Estava um pouco chateada por falta de reconhecimento profissional e por ter sido movida de minha área arbitrariamente, mas certa de ter feito um bom trabalho.
2007 terminou cansado. De toda a década acho que foi o ano mais estagnado. De qualquer forma havia iniciado um novo desafio no conselho estadual da federação que, embora eu não tenha conseguido realizar como eu gostaria, iria me apresentar grandes e queridas amigas, além de acertar algumas coisas incertas nas minhas relações de amizade. Este ano também completei 30 anos.
2006 terminou animado. Trabalhei bastante na minha área de formação, fiz minha primeira disciplina como aluna especial na UNESP e comecei a delinear meu pré-projeto para o mestrado. Foi um ano de saídas, festas, amigos, risadas, diversão.
2005 terminou com duas grandes conquistas: havia perdido peso, sete quilos. Isto pode parecer bobagem para uma pessoa como eu, mas eu estava realmente acima do meu peso, cansada e desanimada. A reeducação alimentar me trouxe mais saúde, disposição e alegria. Comecei a exercitar-me, comer mais alimentos frescos e integrais e a ter vontade de fazer as coisas. Outra conquista foi ter sido chamada para trabalhar na área cultural da Caixa, e saber que lá trabalharia com arte educação, exatamente a minha área. Terminei o ano com vontade de estudar, trabalhar e me exercitar. Ah, e pela primeira vez, terminei o ano sem óculos! Bendita operação de miopia! A melhor coisa que já fiz na minha vida! A maior conquista de todas foi a retomada da disposição para fazer grandes planos.
2004 terminou cheio. Foi um ano sem férias, mas bem mais tranqüilo no banco que na escola. O salário havia melhorado e eu podia receber uma série de benefícios que eu não recebia antes. Eu terminei o ano precisando de férias e sabendo que não era lá que eu queria ficar, mas ao mesmo tempo com tranqüilidade e segurança para buscar algo melhor no ano seguinte.
2003 terminou com novidade. Após um ano dando aula no ensino fundamental e perdida em frustrações professorais eu havia sido chamada para trabalhar na CAIXA, concurso que prestara no ano anterior sem pretensão nenhuma. Eu não queria trabalhar no banco, mas a situação na escola estava tão difícil e sem nenhuma garantia de continuidade, já que eu era temporária, que resolvi mudar. Terminei o ano com meu primeiro emprego fixo, regime CLT. Terminamos a reforma de casa e começamos a receber os amigos, comprar os móveis e etc. Descobri meu gosto por receber as pessoas.
2002 terminou sem trabalho mas com perspectivas, já que eu pretendia dar aula e só precisava passar pelas  atribuições de classe do estado. Terminei o ano casada: outra casa, outro telefone, outra vida e tarefas. No fim, estava feliz por perceber que dava certo, coisa que sempre nos dá medo. Percebi que ser casada com aquele de quem gostamos é muito melhor que namorar, passei a gostar de fazer supermercado, planejar reforma, dividir e estar junto. Começamos a fazer a nossa casa. O trabalho com restauro no Museu Paulista tinha sido bom, mas precisava mesmo de algo mais fixo, com férias e tudo mais.
2001 terminou com uma vitória: havia concluído minha graduação. Meu TCC foi trabalhoso mas muito elogiado. Fiz exposição, vendi algumas peças e estava pronta para uma nova vida: uma vida de adulto. Toda a dedicação valeu a pena, novas portas se abriam diante de mim.
E agora vem 2011! Nunca um ano veio com tanto trabalho, tantas promessas e tantos planos. Ansiedade, medo de não dar conta de tudo, mas antes de tudo: vontade de fazer acontecer! Coisas grandes nos aguardam, e não é uma só!
Que tenhamos um feliz, produtivo e próspero Ano Novo! Abraços a todos!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pensando sobre arte...

Sabe, nunca gostei muito de vídeoarte. É uma linguagem que nunca me atraiu, nem para produzir, nem para apreciar. É bem verdade que algumas obras nesta linguagem já me surpreenderam. Várias, por outro lado, não me tocaram em nada. Em todo caso, na maioria das vezes, não tenho mesmo é paciência de continuar assistindo.

Estava caminhando pela Bienal sábado e comecei a pensar sobre a minha difícil relação com estas obras. Fato é que o tempo do vídeo me incomoda por não ser ajustável ao meu próprio tempo de observador. Nas obras estáticas, sejam elas pinturas, gravuras, instalações, ou qualquer outra, posso fazer o meu tempo, me demorar mais em detalhes que me chamaram a atenção e passar rapidamente por outros. Posso parar quando quiser e passar adiante, também quando quiser.

O vídeo não permite isto. Você deve apreciar a obra no tempo imposto pela mesma, e não há como mudar o foco. Nas exposições, a posição do visitante fica ainda mais passiva, pois normalmente não há indicação de horários de início e término, e as obras (inclusive as mais longas) rodam num looping sem fim. Pegamos na metade, deixamos pela metade...

É por isso que deixo de conhecer tantas obras nesta linguagem. Se o que vejo não me cativa nos primeiros minutos (ou segundos) já desisto e parto para outra.

Sinto, pois sei que muita coisa interessante se perde neste processo, não somente para mim, mas para vários outros. Mas este é um risco e um desafio que o artista aceita ao lidar com a imagem em movimento, quando resolve tentar reger, ele mesmo, o tempo de apreciação de outros.