Sem querer deletei todo o antigo blog. O Quadrante Delta ficou ainda mais perdido no espaço... Através deste novo veículo retorno àquelas paragens. Refaço o caminho, reconheço o trajeto e, embora não possa recuperar o que já está perdido, o quadrante ainda reserva mundos inexplorados. Boa viagem!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pensando sobre arte...

Sabe, nunca gostei muito de vídeoarte. É uma linguagem que nunca me atraiu, nem para produzir, nem para apreciar. É bem verdade que algumas obras nesta linguagem já me surpreenderam. Várias, por outro lado, não me tocaram em nada. Em todo caso, na maioria das vezes, não tenho mesmo é paciência de continuar assistindo.

Estava caminhando pela Bienal sábado e comecei a pensar sobre a minha difícil relação com estas obras. Fato é que o tempo do vídeo me incomoda por não ser ajustável ao meu próprio tempo de observador. Nas obras estáticas, sejam elas pinturas, gravuras, instalações, ou qualquer outra, posso fazer o meu tempo, me demorar mais em detalhes que me chamaram a atenção e passar rapidamente por outros. Posso parar quando quiser e passar adiante, também quando quiser.

O vídeo não permite isto. Você deve apreciar a obra no tempo imposto pela mesma, e não há como mudar o foco. Nas exposições, a posição do visitante fica ainda mais passiva, pois normalmente não há indicação de horários de início e término, e as obras (inclusive as mais longas) rodam num looping sem fim. Pegamos na metade, deixamos pela metade...

É por isso que deixo de conhecer tantas obras nesta linguagem. Se o que vejo não me cativa nos primeiros minutos (ou segundos) já desisto e parto para outra.

Sinto, pois sei que muita coisa interessante se perde neste processo, não somente para mim, mas para vários outros. Mas este é um risco e um desafio que o artista aceita ao lidar com a imagem em movimento, quando resolve tentar reger, ele mesmo, o tempo de apreciação de outros.